quinta-feira, julho 07, 2005

Mary: Adults are like a combination of sadness and phobias.

Ás vezes, bem tare da noite, eu sinto que eu poderia simplesmente deixar meu cérebro ir embora e que nada mais voltaria a fazer sentido para mim de novo. Isso é, muito provavelmente, o efeito do sono que eu teimo em deixar de lado para fazer outras coisas. Mas as vezes eu penso que talvez não seja só isso e fica aquela dúvida bem no fundinho, "e se for tão fácil enloquecer?". Mas isso não importa, também porque pouca coisa importa. As pessoas dizem para não julgar uma pessoa pelo o que ela diz, mas sim pelas ações que ela toma, mas todos temos a memória tão curta. Quem pode dizer com certeza que lembra de todas as maldades que lhe foram feitas na vida. Quem não é amigo de alguém que já lhe maltratou em algum ponto distante da vida? É uma daquelas grandes questões que ficam, "por que estamos aqui?". Não deve ser para seguir o sentido da vida: comer, defecar ou receber e gastar. Não pode ser por tão pouco, não pode ser apenas por viver. Ou será que pode? Não passamos do pó de bosta do universo. Alguns gostam de acreditar que existe uma grande entidade por trás de tudo. Outros que existem muitas grandes entidades por trás de tudo. Outros ainda, que uma outra raça, de uma dimensão paralela nos criou, como gado, como brinquedos, como qualquer coisa. Sejam maias, aztecas, cristãos, egípcios, hindus, gregos, budistas, judeus, cimérios ou de qualquer outra religião ou crença, para todos existe um "game over", um ponto final e uma maneira de se dar bem, e uma de se dar mal (sim sim, pontos de vista, eu sei, só generalizando). Isto é, como um jogo. Os ateus podem dizer que não padecem deste mal. Mas o seu jogo só é outro, é uma corrida, contra o tempo, para ver o quão longe o seu conhecimento sobre as coisas pode chegar. É como se o tempo todo andássemos a um passo da resolução do problema. Como se esticássemos a mão e puxássemos o véu que encobre a resposta, ou virássemos a esquina e ela estivesse ali, com uma série de setas coloridas e brilhantes apontando para ela, enquanto ela usava meias-calças roxas, vestidinho relusente e echarpe lima, sorrindo e acenando. É engraçado como as pequenas coisas que formam a sua personalidade nunca vão embora. É como um bom amigo uma vez me disse, "vai ser ótimo ver os nossos amigos crescerem e assistir aquelas pequenas coisas que diferenciam um dos outros, aumentarem e se tornarem partes importantes dos seus caráters". Quando mais se envelhece, mais as manias aumentam, mais as digressões aparecem, mais se distancia do contato real, das pessoas reais, mais se teme e mais vezes você já foi ferido e o corpo, a mente, ficam calejados. Um homem atravessa, extamente agora, enquanto você lê isso, uma rua movimentada de Tóquio. Uma italiana encontra seu amor nos braços de um francês em Paris. Um alemão deita-se enquanto assiste televisâo. Uma russa lava a louça em uma água quentinha. O mundo repleto de pessoas. Repleto de acontecimentos triviais, cotidianos, como a sua vida ou a minha, tudo acontecendo o mesmo tempo, todas as pessoas se encontrando e sendo felizes, ou tristes. Nascendo ou morrendo. Mas sempre presas nelas mesmas, sempre sozinhas. Se o tempo acontecendo todo ao mesmo tempo, estamos nascendo e morrendo todo o tempo, então, para que nos preocupar.




Joel: Juicy... 'n seedless.