terça-feira, setembro 13, 2005

The way of the future
The way of the future
The way... of the future
The way of the future, The way of the future, the way of the future, thewayof the future, thewayofthefuture.




tenho uma fantástica habilidade em mentir.


Quase duas semanas de trabalho sem parar. Trabalhando em média 10 horas por dia. Primeira vez que isso acontece para mim, eu acho. E com isso eu pude perceber duas coisas: a primeira é que eu sou mais uma pessoa que gosta de aprender na prática. Sempre preferi aquele final de semestre da faculdade que você tem um zilhão de trabalhos práticos, gravações, fotografias, roteiros e apesar de tudo se amontoar e você pensar que no final do dia você vai sentar e chorar, era a parte de todas as faculdades que eu mais curtia, e trabalhando agora, eu aprendo várias coisas sobre cinema e ainda posso falar de coisas que eu gosto muito. A segunda é que realmente eu não devia ir fazer economia. Não entendo como eu posso gastar tanto. Ganhando em torno de 40 reais por dia, chego no ultimo dia com.... 110 reais =O. E mais 50 reais que eu emprestei e certamente não vou ver de novo tão logo, mas tudo bem =).

O legal, pra mim, é ver o meu lado obsessivo-compulssivo funcionando. Não consigo andar pela locadora e deixar as caixas desorganizadas. Mesmo quando to atendendo cliente, se for algo rápido, eu arrumo na hora, se não vou marcando na cabeça e volto para arrumar assim que dá. Não deixo nem os dvds que estão de lado ficarem meio caidinhos. Tenho isso com um monte de coisas. No meu quarto, no banheiro, no computador, quase em qualquer coisa, eu tendo a ter uma organização muito forte. E isso sem dúvida foi aumentando com o passar do tempo, sem eu perceber.

Mas vendo filmes como "O Aviador", "Melhor é Impossivel" ou "Os Vigaristas" eu fico imaginando como eles se deixaram chegar naquele estágio. Como foi que eles não brigaram contra aquilo com todas as suas forças? Como eles se deixaram ser vencidos por eles mesmos.

Mas em seguida eu percebi que eu perco pra mim mesmo o tempo todo. Metade da minha vida é inventada. São histórias fantásticas e que acabam por entreter as pessoas. Mas não podem mais roubar minha vida de mim. Não posso mais me enganar e achar que "ah sim! Fazer isso hoje ou amanhã dá no mesmo...". Não posso mais. Preciso amadurecer, envelhecer, adultecer.

Se não, não vou mais poder pensar "como foi que esses personagens deixaram a vida deles chegarem nisso?"...

sábado, agosto 27, 2005

Something to believe in

And I feel like I just got home


Nesses últimos dias eu fui confrontado algumas vezes com minhas crenças religiosas de diversas maneiras. Isso, no fundo, acontece na minha vida desde sempre. Estudei por sete anos em um colégio de irmãs franciscanas e tive aulas de religião em todos os anos. Em casa, meus pais sempre estiveram mais ligados em coisas mais ocultas e, de certa maneira, mais fantásticas. Com o tempo, o lado católico ganhou mais força com minha madrinha e minha avó juntando-se a ele. Muito provavelmente por isso, eu sai tão cético e racional como sou.

Longe de mim dizer quem está certo ou errado nisso tudo. Tem coisas que eu acho mais provaveis, outras que eu acho menos provaveis. Coisas que eu entendo como sendo metáforas e coisas que eu não entendo mesmo como podem ser acreditadas. Mas sei que em tudo tem isso e não sou, nem de muito longe, senhor de qualquer verdade maior. Mas acontece que eu realmente me interesso por essas coisas. Gosto de aprender sobre elas porque as pessoas realmente acreditam nelas e porque elas tentam explicar algumas das grandes questões.

Nesses últimos dias eu pude entender um pouco mais sobre os mormons, sobre budismo e sobre outras coisas que não são encaradas como religião, mas os que acreditam nisso beiram a fervorosidade de beatas quando falam sobre o assunto. Falta muito para que eu possa dizer que entendo alguma coisa sobre qualquer um deles, mas mesmo assim, gostei de ter tido este contato.

De qualquer modo, o que me intriga mais nas pessoas que escolhem seguir uma religião é como se pode seguir tão fielmente as doutrinas de alguma coisa que não irá ter punição certa? Como se pode deixar de lado os fatos e as descobertas científicas e acreditar de olhos fechados em algo que pode ser encarado como uma história fantástica ou épica? Ou principalmente, como se encontrar em alguma religião e sentir algo como aquela sensação de se estar em casa nela, sabendo que aquilo que se acredita é o correto para você, sem dúvidas, sem encanações?

If you take home anything
Let it be your will to think
The more cynical you become
The better off you'll be

quarta-feira, agosto 10, 2005

Vagaries of perception.
The temporary constructs of a feeble human intellect.


Tudo está errado na vida, e acabou por acontecer a pior coisa que poderia acontecer. Você se tranca sozinho no quarto e chora até dormir. Os sonhos te afastam como uma morfina da dor que você estava sentido, é quase como se o cérebro pedisse um tempinho longe de tudo, longe da dor. E você desperta daquele sono gostoso, repleto de sonhos que para bem, ou para mal, te afastaram de toda a dor que havia tido, apenas para descobrir que todo aquele sofrimento é real e ser apunhalado por toda a tristeza de novo. A decepção.

Essa deve ser a pior sensação do mundo.

Dizem que o sucesso é dado em como você trabalha a sua decepção. Como você trabalha a sua?

domingo, agosto 07, 2005

Ah! Nada como uma ótima noite de sono em uma das confortáveis cadeiras da cyber. Dormir de boné também me pareceu tanto uma experiência válida, quanto algo a ser repetido sempre que possível. Claro que chegar quase na porta de casa as quase quatro da manhã com seu amigo que mora quase no centro da cidade te ligando e dizendo que sua chave não está quase com ele, ela esta inteirinha com ele, não foi a parte que eu mais comemorei, não.

Não que o final de semana tenha sido algo ostentoso. Longe disso, mais uma daquelas longas sequências de horas dentro de uma lan house. Claro que vale sempre a pena dizer que o longa das pessoas normais é algo em torno de quatro horas de lan house. Não não. Esse, para mim, foi o tempo que eu dormi na confortável cadeira daqui. Longos períodos podem ser calculados da seguinte maneira,vinte e quatro horas menos quanto tempo eu fiquei fora comendo, igual ao tempo total em que eu passei na lan em um dia.

Mas eu saí esse final de semana sim e hoje ainda tem mais baladinha, tem poker, tem futebol. O que aconteceu é que meu micro resolveu abandonar suas funções e passar a fazer algo de maior interesse de todos e para futuro estudo avançado da comunidade científica, reiniciar em loop. Seguindo todas as pistas detalhadamente e colhendo depoimentos de todos os envolvidos, meu irmão mais novo, de apenas 3 anos, foi julgado e sentenciado como mandante e único culpado do estado de reinício loopídico do computador.

De alguma maneira desconhecida, o mal que assolou meu computador, passou a perseguir todos os micros nos quais eu sentei ontem aqui na cyber. Do nada ele começava a reiniciar e não voltava mais disso. Sem contar que quando eu cheguei aqui ontem de madrugada, já existiam 7 micros virados de lado, sinal que caracteriza o não funcionamento dos mesmos. Ah, se as pessoas lá de casa soubesse disso. Era muito provavel que meu irmão mais novo fosse libertado e gozasse de uma vida de marajá, enquanto eu voltaria para as latrinas, fontes e poços...

Nesse longo periodo em frente a tela luminescente muitos posts surgiram e fugiram. Muitos em acessos de fúria quando mais uma vez o micro reinciava do nada, me fazendo perder tudo. E no final, acabou sobrando apenas esse arremedo de post para tapar um espacinho ali. Mas não posso deixar de comentar a ótima leitura que me foi os memorable quotes do site imdb sobre os seguintes filmes: Magnólia, L.A. Cidade Proibida e, principalmente, Gattaca.

Havia esquecido o quão bonito é este filme e quantas citações boas ele tem. O que me acontece é que tem dois tipos de filmes que acabam me acertando de jeito. Na verdade dois tipo de coisas. Ou relações pai e filhos, ou o ser humano se superando. Essas coisas, se eu me deixo envolver, sempre me levam to the verge of tears. Coisas como momentos olímpicos ou grandes jogos, pessoas se elevando a cima do meio, entram na categoria ser humano se superando, assim como Gattaca. A mostra de que você vai tão longe quanto quiser ir, mesmo que todo o resto diga o contrário.

Blá. Provavelmente a pior crítica que eu já escrevi sobre qualquer coisa. Mas pra um post que era só um tapa buraco, este já ficou enorme. Então, see you soon. Stay Tuned.

Yours truly.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Ode to my Neurosis I
editado

Sei que normalmente meus posts fedem, são chatos, reflexivos e cheios de referencias a cultura pop. Esse não vai ser diferente e provavelmente uns dois, ou três outros que vão completar a minha série de auto-explicação sem motivo.

Eu devo dizer também que nada que eu escreva aqui é direcionado a qualquer pessoa, a não ser que esteja bem declarado que é sobre essa pessoa, porque estes posts não são sobre qualquer pessoa, a não ser eu mesmo. Bem narcisista assim mesmo. Bom, vamos lá então...


If you're my Rapunzel



For you I would crawl
Through the darkest dungeon
Climb a castle wall
If you're my Rapunzel
You let your hair down
Right in through your window
Good, they locked the door
'Cause I do my best for you


Eu acabei de ler Harry Potter 6(**Cuidado Cuidado! Vai ter spoiller do livro neste post, infelizmente**). Sim sim, eu sei que não é a melhor literatura do mundo. Mas eu gosto e me divirto lendo. Pra mim os livros funcionam muito bem porque eu me perco nos personagens. Eu gosto de alguns, me identifico com outros e destrincho os que sobram. Muitas vezes passo por pedaços chato dos livros, me prendendo apenas aos personagens que eu gosto(isso em qualquer livro). Acho que é por isso que eu gosto de escrever, porque eu crio os personagens e deixo eles me levarem por suas histórias.

O que eu mais gostei deste livro novo do HP foram as interelações e a maneira como as pessoas aceitaram as suas partes na trama e deram um passo além. Mas o que no final me deixou contente mesmo (sim eu sou uma menininha) foi ver o Harry e a Ginny juntos. Era algo legal de se esperar acontecer, foi legal como as coisas se desenrolaram e ver como aquela relação se seguiu da maneira perfeita e ideal, sem nenhum dos dois terem crisesinhas de ciúme ou ficar de saco cheio de passar muito tempo junto um com outro, ou muito tempo longe um do outro.

E ainda assim isso conseguiu me deixar triste. Veja que eu costumo tirar muito das minhas verdades e conhecimento dos livros, músicas e filmes. Costumo dizer que eles são os meus pensadores, por isso que uso tanta citações nos meus posts. Sou como aqueles filosofos chatos que ficam citando o trabalho de outros, para provar o que queriam dizer, só que comigo eu tiro da cultura pop. Então é normal um livro me deixar triste com algo da minha vida, mesmo que num livro infanto-juvenil. Desta vez foi quando eu percebi que esse tipo de relação não vai mais me acontecer nunca. Aquele amor imaculado. Depois de algum tempo vivendo você acaba por perceber que essa não é bem a forma como as coisas acontecem. Não acho que seja por qualquer motivo freudiano, Junguiano ou qualquer coisa assim. Acho que [e algo mais da vivência e das contantes mudanças que passam pela vida de todas as pessoas.

Quando eu era bem pirralho, coisa dos sete até os nove, quando meu pai não me lia os argonautas (ou qualquer outra coisa de mitologia grega, nórdica ou romanda) antes de dormir eu inventava minhas próprias bedtime stories. Normalmente elas tinham eu mesmo como personagem principal e mais uma série de amigos, asseclas e outros em aventuras no estilo Indiana Jones. Entre essas pessoas, existia uma menina, obviamente inventada, chamada Pricila. Ela era muito bonitinha, um pouquinho gordinha, mas bem pouco mesmo, morena e com sardinhas. Muito inteligente e esperta, mas sem nunca tirar o brilho das grandes sacadas da minha pessoa, hehe. Ficava aquela coisa em todas as histórias da gente quase se beijando, quase namorando, mas nunca acontecendo ( isso que eu que inventava as histórias, ... mazoquista mesmo hehe). Era aquela situação idelizada para sempre. E assim foi a maior parte do tempo na minha vida. Sempre idealizando.

Passei grande parte da minha vida sendo aquele nerd bobo, que na verdade não acredita que tenha chance com nenhuma pessoa mesmo e dizendo pra mim mesmo que quando dominasse o mundo e o universo, todos iriam ver Bwahahahaha! Tá certo, não era bem assim, mas vocês me conhecem e pegaram a idéia das coisas. Mas voltando ao assunto, sempre tive amores platônicos. Por exemplo, passei quatro anos, da primeira à quarta série, gostando da mesma menina. Passei a quinta série meio perdido quanto ao assunto, um mundo novo, podendendo gostar de qualquer menina, não sabia muito bem como isso funcionava. E comecei a gostar de uma outra menina durante a sexta e sétima séries. O negocio não era muito conquistar a pessoa, mas gostar dela mesmo e sonhar. Mas o ponto é que esta coisa de amores platônicos não morreu até eu ter tido a minha primeira namorada. Quando terminamos, muito daquela musa inalcançável do mal do século morreu comigo. Pensei na época que estava vacinado e que jamais voltaria a namorar. Ai ai. Hoje, três namoros depois do primeiro, eu sei que será muito difícil não voltar a namorar de novo algum dia.

O grande problema é que viver com alguém que beira a disturbios de multiplas personalidades, é que eu tendo a variar incrivelmente os pontos de vista e ações. Eu faço a pessoa que estiver junto comigo se acostumar com a ultra convivência. Aquela coisa de se falar, se ligar o tempo todo e se ver todos os dias. E, pouco tempo depois, enjoou disto e não quero mais. Faço o meu melhor pra alegrar uma pessoa e duas semanas depois quero me isolar no meu mundo, me fechar em livros ou em jogos. Disse duas coisas em momentos diferentes que meio que mostram como eu funciono, "Eu me apaixono muito fácil pelas pessoas" e "Eu saro rápido". Da mesma maneira que eu gosto muito rápido eu deixo de gostar com alguma facilidade.

Fora que isso também age muito no lado sexual. As coisas parecem não mais me dar tesão algum, como se tudo fosse óbvio, calculado matematicalmente, preciso, como uma música eletronica, onde você pode enxergar os números das suas sequências. Como se empolgar com isso? Como não achar esperado e não pensar no que se vai comer depois, ou no que está passando na televisão?

De qualquer maneira, Harry e Ginny me fizeram perceber que eu perdi a magia e as coisas passaram a ser só como elas são. Como vai ser chegar em casa, deitar na cama e não ter mais um riso bobo na cara?

quarta-feira, julho 27, 2005

Eu queria não colocar pontos, virgulas, acentos ou letras maísculas. Eu queria poder não mais me importar com as coisas e just get free. Não me libertar de algo, ou alguém, como se eu fosse um prisioneiro comum, atado à colunas de marmore gelado, no canto da sala principal de um sultão qualquer. Sou prisioneiro de uma situação, prisioneiro de uma única consciência, a minha. Sou o cara criativo que se sabota a todo o momento, sou o esperto que não consegue se libertar dos hábitos, que tem medo das mudanças, sou o otário que ainda tenta manter as pessoas unidas, numa casa onde um liga cada vez menos para o outro.



Minha vida reality show



Quando o ratinho sentar em sua cadeira em seu programa barato, voltado para o grande público, com anúncios de remédios e coisas que ninguem precisa e olhar com seus olhos emoldurados pelo seu grande nariz e seu bigode e disser: "Pode entrar Mário e família, pode entrar". Você não estranhe. Não mude de canal. Reencoste a cadeira e aproveite. O show é bom e não vão faltar brigas, pedras e paus. Desaforos e choros rasgados. O entretenimento da vida, a vida.

Vão trazer a cunhada, a mãe, a amiga, a ex-amante, o amigo comilão, o amigo que fala muito alto, a amiga que morou lá. todos os personagens deste clássico. Todos vão falar, ninguém vai ouvir. Quando um começar a acusar o outro e colocar o dedo na ferida, antes que um dos grandes traumas possa ser revelado, o ratinho vai cortar e vamos ter mais um bom intervalo, para manter a audiência ligada, para não nos deixar mudar de canal. Enquanto isso Mário e família vão dar olhares ressentidos uma para os outros, ameaçar dizer ou atacar mais alguma coisa e serão seguros por homens interessados que tudo isso vá ao ar, ao vivo para a família brasileira. Para que ela possa olhar e imaginar que sua vida não é assim tão ruim, olha essa família ai, que coisa. Sempre a mesma coisa. Mas fique calmo telespectador, nada nesse show é armação, tudo vem do coração, sem ensaio nenhum. Improviso.

Ai fica aquela espectativa, será que eles vão sair do programa bravos uns com os outros, sem se olhar na cara ou será que eles vão todos se abraçar e entre lágrimas prometer um dia melhor para cada um deles?

sexta-feira, julho 22, 2005

In a boy's dream
you come crash into me


Se você tiver coragem e estiver preparado para tomar qualquer ação necessária, sua vida pode mudar radicalmente em questão de segundos. Principalmente nas coisas que você menos espera. Pra mim foi assim.

Uma visita muito bem vinda que podia ser só muito divertida, foi além de tudo muito gostosa e me deixou extremamente feliz. Resistência baixa, em todos os pontos, sem barreiras. E ai quando a visita acaba, leva junto a alegria com ela e fica só aqueles dias de mar sem onda.


Distâncias a serem percorridas.

Assim também, como algo que não quer nada, eu atendo uma ligação do meu pai. Uma convocação de viagem para Cwb (Curitiba). De repente posso estar indo viver lá e cuidando de uma lojinha de roupas usadas para viver. Também podia ser um posto de gasolina, também podia ser um colégio em são vicente, também podia ser uma série de outras coisas. O bom de ter um pai como o meu, ou melhor, uma família como a minha, é que a diversão nunca acaba. Pode ser com idéias mirabolantes de dominação global, pode ser com aquelas brigas incriveis dignas de ratinhos e datenas da vida.

A vida muda assim, com pequenas coisas, é só você permitir.
A uma lágrima imortal se formou em mim que só vai embora quando a felicidade que eu senti de novo essa semana, depois de algum tempo, voltar a mim.




You've got your ball,
You've got your chain
Tied to me tight, tie me up again.
Who's got their claws
In you my friend?
Into your heart I'll beat again
Sweet like candy to my soul
Sweet you rock,
And sweet you roll



Citações: crash into me - dave matthews band =P
\o/

quarta-feira, julho 13, 2005

But, If You're Thinkin' About My Baby
It Don't Matter If You're Black Or White

Um filme que muitos poucos conhecem e que muitos poucos acharam que poderia valer a pena ser visto é Tempo de matar (A time to kill). Filme com atores duvidosos como Matthew McConaughey, Sandra Bullock, a família Sutherland( Donald e Kiefer) e Oliver Platt (que eu pessoalmente gosto, mas sei que não é lá muito bem visto) e com dois bons atores que são Samuel L. Jackson e, o ótimo, Kevin Spacey. A história é sobre um pai (Jackson) que descobre que sua filha fora violentada, estuprada e morta por dois bebados e, no auge de sua fúria, persegue ambos e os mata. Filme de tribunal, com algumas boas sacadas e outras nem tão boas.

Mas eu gosto mesmo de um monólogo do advogado de defesa(McConaughey) que passo abaixo:


Jake Tyler Brigance: [in his summation, talking about Tonya Hailey] I want to tell you a story. I'm going to ask you all to close your eyes while I tell you the story. I want you to listen to me. I want you to listen to yourselves. Go ahead. Close your eyes, please. This is a story about a little girl walking home from the grocery store one sunny afternoon. I want you to picture this little girl. Suddenly a truck races up. Two men jump out and grab her. They drag her into a nearby field and they tie her up and they rip her clothes from her body. Now they climb on. First one, then the other, raping her, shattering everything innocent and pure with a vicious thrust in a fog of drunken breath and sweat. And when they're done, after they've killed her tiny womb, murdered any chance for her to have children, to have life beyond her own, they decide to use her for target practice. They start throwing full beer cans at her. They throw them so hard that it tears the flesh all the way to her bones. Then they urinate on her. Now comes the hanging. They have a rope. They tie a noose. Imagine the noose going tight around her neck and with a sudden blinding jerk she's pulled into the air and her feet and legs go kicking. They don't find the ground. The hanging branch isn't strong enough. It snaps and she falls back to the earth. So they pick her up, throw her in the back of the truck and drive out to Foggy Creek Bridge. Pitch her over the edge. And she drops some thirty feet down to the creek bottom below. Can you see her? Her raped, beaten, broken body soaked in their urine, soaked in their semen, soaked in her blood, left to die. Can you see her? I want you to picture that little girl. Now imagine she's white.

segunda-feira, julho 11, 2005

Behold, I send you out as sheep in the midst of wolves


Televangelist: How do you think your God will judge you? Well, friends, now we know. When there is no more room in hell, the dead will walk the earth.


Hora de quebrar estilo de posts! Hora de inovar! Hora de chutar a bunda de alienigenas malvados com nosso germes!!! Ai ai...

Adoro histeria em massa!!! Adoro!
Os homens voltando a ser os animais irracionais que eles nunca deixaram de ser. Aquela coisa de "antes eu do que você", ou no caso de ser uma coisa ruim, "antes você do que eu". As pessoas correndo desesperadas, fazendo todos os tipos de burradas, se matando e se atropelando ao invés de se ajudarem. Ótemo!!! Situações limite para todo mundo.

Ainda vou fazer o meu filme apocaliptico. Vou fazer dois deles na verdade. Um mais tranquilo, com aquele ar sci fi, com profundas considerações sobre a natureza humana e tudo mais que eu achar que é legal num filme apocaliptico. E outro sobre histeria em massaaaaa!!!


*Bang Bang*

quinta-feira, julho 07, 2005

Mary: Adults are like a combination of sadness and phobias.

Ás vezes, bem tare da noite, eu sinto que eu poderia simplesmente deixar meu cérebro ir embora e que nada mais voltaria a fazer sentido para mim de novo. Isso é, muito provavelmente, o efeito do sono que eu teimo em deixar de lado para fazer outras coisas. Mas as vezes eu penso que talvez não seja só isso e fica aquela dúvida bem no fundinho, "e se for tão fácil enloquecer?". Mas isso não importa, também porque pouca coisa importa. As pessoas dizem para não julgar uma pessoa pelo o que ela diz, mas sim pelas ações que ela toma, mas todos temos a memória tão curta. Quem pode dizer com certeza que lembra de todas as maldades que lhe foram feitas na vida. Quem não é amigo de alguém que já lhe maltratou em algum ponto distante da vida? É uma daquelas grandes questões que ficam, "por que estamos aqui?". Não deve ser para seguir o sentido da vida: comer, defecar ou receber e gastar. Não pode ser por tão pouco, não pode ser apenas por viver. Ou será que pode? Não passamos do pó de bosta do universo. Alguns gostam de acreditar que existe uma grande entidade por trás de tudo. Outros que existem muitas grandes entidades por trás de tudo. Outros ainda, que uma outra raça, de uma dimensão paralela nos criou, como gado, como brinquedos, como qualquer coisa. Sejam maias, aztecas, cristãos, egípcios, hindus, gregos, budistas, judeus, cimérios ou de qualquer outra religião ou crença, para todos existe um "game over", um ponto final e uma maneira de se dar bem, e uma de se dar mal (sim sim, pontos de vista, eu sei, só generalizando). Isto é, como um jogo. Os ateus podem dizer que não padecem deste mal. Mas o seu jogo só é outro, é uma corrida, contra o tempo, para ver o quão longe o seu conhecimento sobre as coisas pode chegar. É como se o tempo todo andássemos a um passo da resolução do problema. Como se esticássemos a mão e puxássemos o véu que encobre a resposta, ou virássemos a esquina e ela estivesse ali, com uma série de setas coloridas e brilhantes apontando para ela, enquanto ela usava meias-calças roxas, vestidinho relusente e echarpe lima, sorrindo e acenando. É engraçado como as pequenas coisas que formam a sua personalidade nunca vão embora. É como um bom amigo uma vez me disse, "vai ser ótimo ver os nossos amigos crescerem e assistir aquelas pequenas coisas que diferenciam um dos outros, aumentarem e se tornarem partes importantes dos seus caráters". Quando mais se envelhece, mais as manias aumentam, mais as digressões aparecem, mais se distancia do contato real, das pessoas reais, mais se teme e mais vezes você já foi ferido e o corpo, a mente, ficam calejados. Um homem atravessa, extamente agora, enquanto você lê isso, uma rua movimentada de Tóquio. Uma italiana encontra seu amor nos braços de um francês em Paris. Um alemão deita-se enquanto assiste televisâo. Uma russa lava a louça em uma água quentinha. O mundo repleto de pessoas. Repleto de acontecimentos triviais, cotidianos, como a sua vida ou a minha, tudo acontecendo o mesmo tempo, todas as pessoas se encontrando e sendo felizes, ou tristes. Nascendo ou morrendo. Mas sempre presas nelas mesmas, sempre sozinhas. Se o tempo acontecendo todo ao mesmo tempo, estamos nascendo e morrendo todo o tempo, então, para que nos preocupar.




Joel: Juicy... 'n seedless.

terça-feira, junho 28, 2005

There is no spoon

Observer: Questions are a burden to others.
Answers are prison for oneself.




Akira é um anime (animações japonesas) dos mais conhecidos por todo o mundo. Ele data de 1988 e para os que viram na época, ou pouco tempo depois, sem ter contato com livros e filmes mais atuais, ele representou uma revolução. Lembro-me que todos os meus amigos adoravam (no sentido de adorar um Deus) “Akira” e que todos diziam que eu tinha, porque tinha de ver. Claro, no auge do eu-sou-do-contra, vi o filme com aqueles olhos extremamente críticos. No final disse que havia gostado, mas que não era nada demais e começaram as discussões. Com o tempo e com um pouco mais de maturidade (não muito mais), eu pude ir notando o que havia de muito bom por trás daquela história de aventura sci-fi (toda esta introdução foi apenas para falar de um pedaço do filme só. Sim, eu adoro enrolar). No final do filme eles comentam sobre o fato de que cada átomo que faz parte do seu corpo, já fez parte de tantas e tantas outras coisas. Como cada um deles já foi um átomo diferente, mudaram e agora fazem parte de você, e como tudo tem tanto potencial.




Morpheus: If real is what you can feel,
smell, taste and see, then 'real' is simply
electrical signals interpreted by your brain



Numa conversa há pouco tempo com meu pai falávamos sobre como estávamos presos em nossas cabeças e em nossos corpos. Eu disse a ele que logo mais nós ultrapassaríamos esta barreira, quando a biotecnologia chegasse num ponto em que poderíamos nos conectar a qualquer aparato e deixar nossa consciencia ali, seríamos mainframes ambulantes. E ele me respondeu que isto seria apenas conseguir novas prisões, novos invólucros e que a única maneira para fugir disto seria transcender, virar pura energia, ser e não pensar e que talvez isso possa ser alcançado depois de morto, ou não. Passei a pensar o quanto estamos fechados dentro dos nossos próprios cérebros, o quanto o mundo que eu vejo, sinto, cheiro, ouço e entendo é só meu e que ele vai morrer quando eu morrer e levar tudo que eu vi, conheci, e etc... embora com ele. Como diria a música 'It's all in your head,' and I said, 'So's it´s everything'.



Esse tipo de pensamento também me faz sempre pensar na fé. O mundo que entendemos e conhecemos vive em nossas cabeças apenas, então deveríamos conseguir mudá-lo e fazer coisas incríveis com ele, apenas por acreditar que isso aconteceria. Não seriam estes então os milagres? Você tem tanta fé de que alguém maior virá e te salvará da situação que enfrenta. Você acredita tanto que isto aconteceria, que acontece. Hipoteses, hipoteses. Apenas isso e pensamentos disconexos, para variar.



Morpheus: Have you ever had a dream, Neo,
that you were so sure was real? What if you
were unable to wake from that dream?
How would you know the difference
between the dream world and the real world?


Walenski: I've been trying to remember things,
CLEARLY remember things, from my past,
but the more I try to think back, the more it all
starts to unravel. None of it seems real. It's like
I've just been dreaming this life, and when
I finally wake up, I'll be somebody else.
Somebody totally different!




O quanto um sonho é diferente da realidade? As coisas passam em tempos diferentes, você sente de maneiras diferentes, mas não seria apenas novas regras para uma outra dimensão? Se a vida acordada passasse da mesma maneira que mudamos de lugar, ou fazemos coisas incriveis, ou saltamos de um momento para o outro nos sonhos, nós acharíamos tudo isso normal e diríamos “A vida é assim mesmo...”, por que então os sonhos não podem ser parte da nossa vida, eles são apenas sonhos? Da mesma maneira que a vida acordada é apenas vista e analisada, processada, por nosso cérebro, o sonho é visto, analisado e processado por nosso cérebro. Como dito antes, estamos presos em nossa pequena caixinha. E se nós nunca saíssemos do lugar corporeamente e, assim como nos sonhos, nossos cérebros apenas processasse as situações e encontros? Um sonho vivido por todos.



Pinball Playing Man: There's only one instant,
and it's right now. And it's eternity.


Conforme eu fui crescendo, fui tendo todo o tipo de conversas interessantes com meus pais. Ambos acreditam e sabem muito sobre coisas que eu sou altamente cético. De qualquer maneira, uma frase que minha mãe me disse uma vez e que me de alguma maneira me marcou até hoje foi: “Foi o homem que inventou o tempo”. Em um determinado momento do filme Waking Life, eles comentam sobre um escritor que eu gosto muito chamado Philip K. Dick. Eles contam que em um dos livros pelo qual ele ganhou muitos prêmios, os personagens principais eram um casal e um policial que traia com a mulher deste casal. Numa festa em que o Philip foi, ele conversou com uma menina que tinha o mesmo nome da personagem do livro, que era casada com um cara de mesmo nome do livro. Ficou espantado e contou a coisa toda pra ela dizendo que agora só faltava ela também ter um caso com um policial de nome tal, e ela boquiaberta disse “Mas eu tenho”. Ele saiu atordoado do lugar e chegando no carro dele, percebeu um sujeito próximo. Disse que normalmente não teria ido até o carro por medo, mas naquele dia ele foi. O sujeito o abordou e disse que seu carro tinha ficado sem gasolina e para piorar ele não tinha dinheiro para comprar mais. O Philip lhe deu o dinheiro e foi embora. Chegando em casa, percebeu que o cara talvez não tivesse como ir buscar a gasolina. Voltou para o mesmo lugar e o levou até o posto. Quando finalmente retornou para casa, o senhor Dick percebeu que aquilo também estava em seu livro. Atordoado foi procurar um padre e contou-lhe o ocorrido. O padre ficou chocado ao ouvir a história e disse que o que o Philip K. Dick havia escrito no livro estava na verdade escrito na bíblia. Philip quase enlouqueceu. Passado algum tempo ele chegou a conclusão que havia apenas um tempo e tudo acontecia ao mesmo tempo, agora. De alguma maneira, pensou, ele havia conseguido enxergar através do véu que escondia os diferentes momentos históricos e havia colocado isso no livro.



Philosophy Professor: In short,
I think the message here is that
we should never write ourselves off
or see eachother as a victim of various forces.
It's always our descision who we are.


O que eu queria com todo este post enorme e perdido era levantar questões e hipóteses assás pertinentes (não resisti colocar o pertinentes e não colocar o assás, maldito rock gol!!!), não sobre o motivo pelo qual estamos aqui, mas sim sobre se estamos realmente aqui, e o que é aqui. Pensando que pode não haver o tempo, nem mesmo o espaço e que nós somos formados por átomos que fizeram parte de todas as outras coisas do universo e que já foram todos parte do mesma coisa inicial, onde diabos nós estamos e o que esperam da gente aqui?



Man with the Long Hair: They say
that dreams are only real as long as
they last. Couldn't you say
the same thing about life?


Morpheus: Welcome to the real world.



Citações: Matrix * Fiona Apple´s Paper bag * The Prisioner * Waking Life * Dark City

terça-feira, junho 21, 2005

"Com grandes poderes vem grandes responsabilidades"


Com o passar dos anos eu fiquei perdido em meio a letargia. Aquele impeto juvenil de querer arrumar o mundo, fix the mistakes, foi passando e passando, e quando eu percebi, já não pensava muito no que fazer para ajudar. O pensamento que ocupou minha cabeça foi aquele de que "as pessoas e as coisas são assim mesmo". Pensando com isso que muitas pessoas sabem o que há de errado, mas pensam o problema de maneira errada. Outras tantas são muito cabeça dura. E a grande maioria não sabe, não se interessa e nem mesmo pensa no problema, no geral, o único problema que tem tempo de pensar são as suas vidas.

As coisas já são tão complicadas e caminham da mesma maneira há tanto tempo, que mudar as regras do jogo é impensável. Mesmo assim, alguns passos importantes foram dados este ano, como o G-8 ter decido não mais cobrar as dívidas dos 18 países mais pobres. A volta do Live-Aid também é bastante interessante. Os pop-stars tem ajudado da maneira como podem as boas causas, como a fome na Africa e as vítmas do Tsunami. Mas isso não muda muito. As pessoas ainda vão morrer de fome, ainda vão roubar para sobreviver. Ainda vai haver desemprego. É aquela velha história: "É melhor ensinar alguém a pescar do que lhe dar um peixe". Não é só a dívida externa que afundam esses países. Não é lhes dando comida que a fome vai deixar de existir.

Mas de qualquer forma, eu pensava que através dos meus filmes e livros eu poderia atuar da minha maneira neste cenário. Mas é possível fazer muito mais do que isso. Não apenas da maneira que as pessoas pensam: "Cada um fazendo a sua parte, as coisas vão melhorar". É muito mais, é preciso ensinar, educar, conscientizar, formar pessoas melhores que possam enxergar o problema e saber como vencê-lo também. Assim como Chile soube sair da dura ditadura que viveu e passou a ser o país mais desenvolvido do cone sul, os outros países também podem fazê-lo. Não é preciso mudar as regras do jogo, só é preciso saber como vence-las.

Num mundo emque não existem superpoderes. Em que as pessoas não voam, não lêem as mentes das outras, não se teleportam, não levantam carros com seus braços, nem resistem a tiros a queima roupa, talvez a capacidade de raciocinar e a inteligência sejam os grandes poderes.


Agent Smith: Why, Mr. Anderson? Why do you do it?
Why get up? Why keep fighting?
Do you believe you're fighting for something?
For more that your survival? Can you tell me what it is?
Do you even know? Is it freedom? Or truth?
Perhaps peace? Yes? No? Could it be for love? Illusions,
Mr. Anderson. Vagaries of perception.
The temporary constructs of a feeble
human intellect trying desperately to justify
an existence that is without meaning or purpose.
And all of them as artificial as the
Matrix itself, although only a human mind could invent
something as insipid as love. You must be able to see it,
Mr. Anderson. You must know it by now. You can't win.
It's pointless to keep fighting. Why, Mr. Anderson?
Why? Why do you persist?

Neo: Because I choose to.

quarta-feira, junho 01, 2005

Conta Comigo



"It happens sometimes.
Friends come in and out of our lives
like busboys in a restaurant."



Eu acordei e de repente eu tinha vinte e quatro anos. O amadurecimento havia passado por como um caminhão em estrada perfeita, sem deixar rastros. Sou um garoto quase adulto, sou um adulto que é uma criança. E esqueçam a parte boa da imaginação fértil e espirito livre e pensem em todo o lado triste da falta de responsabilidade, da falta de prioridades, de agir e se sentir como um moleque. Não sei como isso ocorreu, como pude deixar a vida passar por mim, ano após ano, sem me dizer nada, sem ser apenas uma sequência de dias. Mas o que eu reparei é que não sou o único. Vejo isso de perto em muitos amigos meus, vejo isso em filmes, retratando a minha geração. O que pode ter ocorrido? A hipotese que me vem a cabeça é que talvez Darwin estivesse certo, talvez devessem viver apenas os mais aptos e com a sociedade humana isso não possa ocorrer. A proteção dos pais que esperam que não aconteça com os filhos o que aconteceu com eles acaba não deixando a vida bater neles, moldá-los, prepara-los, cobra-los. Mas a vida sempre dá um jeito de cobrar.

Mas este post é sobre amigos e sobre a amizade. Quem tem amigos imagina que nunca vai estar só, nunca vai se sentir solitário, mas acaba se sentindo. Não por culpa deles, ou sua, não por culpa de ninguém. Mas sim porque a vida é uma experiência solitária. Nós estamos perpétuamente confinados dentro desta nossa caixa esquelética que chamamos de crânio. Mas as coisas complicam mesmo quando olhamos para o lado e não há ninguém em que possamos confiar, ou ninguém em que se queira confiar. Isto eu não tive muito problema, sempre tive grupos e grupos de amigos, sempre por perto, sempre fazendo coisas. Mas a vida, muitas vezes citada neste post, veio e apesar de muito não termos sentido esse tempo que passou, todo o resto sentiu, tudo o que estava a volta sentiu, e acabou nos levando junto.

"I never had any friends later on
like the ones I had when I was twelve.
Jesus, does anyone? "

Quando não se espera nada da vida, e vida é algo tão longe e distante, e tudo parece um grande desafio, é quando são forjadas as grandes amizades, é talvez, quando as únicas amizades existem. Dar a vida um pelo outro, enfrentar o mundo. Depois, de uma maneira ou de outra, você vai sendo treinado a pensar mais em você, vai começando a duvidar das amizades, a pensar duas vezes. E com um tempo, como se passassem numa espécie de triagem, sobram apenas uns poucos e os grandes grupos de amigos vão se tornando pequenas rodinhas de bons amigos.

-x-x-x-x

Clássico da sessão da tarde e dos anos 80, o filme "Stand by me", que em português ficou sendo conhecido como "Conta comigo" é razoavelmente diferente de outros filmes do mesmo estilo desta época. O filme tem provavelmente o maior número de palavrões e outras coisas pesadas que qualquer outro filme para este público que eu já vi. Contem também uma série de situações complicadas e momentos sentimentais extremamente leves e bem conduzidos, que podem levar a nós nas gargantas. O diretor Rob Reiner se tornou extremamente competente nesta área de filmes que parecem ser simples e bobos, mas que são carregados de situações complexas, sentimentos e relações.

Duas conversas do filme para mostrar um pouco da linguagem utilizada:

1)
Gordie: Shut up! (Calem a boca!)
Vern, Chris, Teddy: I don't shut up, I grow up, and when I look at you, I throw up. (Eu não calo a boca. Eu cresço e quando olho para você eu vomito - deve ser alguma resposta básica)
Gordie: And then your mother goes around the corner and she licks it up. ( E então sua mãe dá a volta no quarteirão e lambe tudo)
The Writer: [voiceover] Finding new and preferably disgusting ways to degrade a friend's mother was always held in high regard. (Achar novas e, preferivelmente, nojentas maneiras de degradar a mãe dos amigos era sempre altamente estimadas)

2)
Teddy: You call my dad a looney again, I'll kill you.(Se você chamar meu pai de louco de novo, eu te mato)

Milo: Looney, looney, looney. (Louco, Louco, Louco)
Teddy: Aah! I'm gonna rip your head off and shit down your throat! (Aah! Eu vou arrancar sua cabeça fora e cagar na sua garganta!)

E umas poucas curiosidades sobre os quatro meninos principais:

Teddy era interpretado por Corey Feldman. Ator que participou de uma série de filmes fodões dos anos 80 como Gremlins, Goonies, o própio Conta Comigo, Garotos Perdidos e ainda fez a voz de Donatello nos filmes das tartarugas ninjas. Reza a lenda que ele foi um dos melhores amigos do Michael Jackson quando tinha 13 anos. Desde de as Tartarugas Ninjas que ele não faz um filme minimamente conhecido.

Gordie era interpretado por Wil Weaton. Ele era o menino que narrava a história e que depois se tornava escritor. Os trekkers vão reconhecer ele como o garoto mais chato da galáxia Wesley Crusher.

River Phoenix interpretava o loirinho mais durão Chris. Estrela mirim, interpretou o Indiana Jones jovem no terceiro filme da série. Morreu aos vinte e três anos.

E o último, mas não menos surpreendente, o gordinho do grupo Vern era interpretado por Jerry O´Connell, o ator principal da série Sliders.

Além dos quatro o filme ainda conta com John Cusack como o irmão mais velho de Gordie, Danny. Richard Dreyfuss como o narrador/escritor do final do filme e Kiefer Sutherland como Ace, o bad boy.

segunda-feira, maio 30, 2005

"Look through the soft gelatin of these dull cow eyes and see your enemy!"

Neste exato momento eu deveria estar fazendo pelo menos duas outras coisas em ordem de importancia. Como podem notar, eu não estou. Este é o meu pior. E eu não consigo vencer isso. Faço apenas o que parece que é mais legal, mais divertido e não sigo as coisas como deveriam ser feitas. Eu inimigo de mim mesmo. E enquanto as pessoas se levantam, vencem a vontade continuar dormindo na cama quentinha, saem para o trabalho, vencendo a vontade continuar em casa assistindo tv ou qualquer outra coisa, isto é, enquanto as pessoas vencem a vontades mais óbvias e tocam o barco de suas vidas, eu continuo dormindo, ou escrevendo posts ou vendo televisão ou saindo para lugares legais e não sigo a ordem natural da vida.

"Maybe you knew from early on your track was from point A to B,
but unlike you I was not given a fucking map at birth, so I tried it all!"



Mas quem pode dizer que eu estou errado? Quem sabe claramente o que temos de fazer nesta zica de vida? Eu digo vamos nos divertir e aproveitar o máximo. Não vamos nos limitar, não vamos medir e julgar. Vamos fazer, vamos criar. Não pode existir apenas um caminho a ser seguido nesta vida, não devemos todos fazer o que os outros fazem, o que nossos pais fizeram. Se deu certo para eles, necessariamente não pricisa dar certo para a gente. O problema tem sido encontrar esse outro caminho.


x-x-x-x

Citações: Matrix revolutions . Chasing amy

Filmes que vi: feriado de filmes de ação: Maratona Matrix . Refém . Sahara

Esta semana: A vida marinha de Steve Zissou . O guia do mochileiro das galáxias
Alguem quer ir? =P

quinta-feira, maio 19, 2005

Os pequenos prazeres da vida.
Coisinhas Fúteis.

Tenho tido estas pequenas paixões, essas poucas coisas que alegram meus dias ultimamente e fazem eu ficar esperando pelas próximas vezes que vou poder vê-los. Sabe, estes pequenos vícios que vem e vão. Os dois principais são:



Esta série foi criada pelo J.J. Abrams, o cara que criou a série Alias. A idéia desta série é que um avião sofre um daqueles acidentes em que ninguém deveria sobreviver, mas ao contrario disso, sobrevivem pelo menos 48 pessoas. Digo pelo menos, porque acompanhamos a série na visão destas pessoas e enquanto algumas preferem acreditar que os outros passageiros estão mortos, outro acreditam que assim como eles, os outros passageiros haviam se salvado miraculosamente.
Em poucos dias dois destes 48 passageiros morrem e passamos e o grupo que segue é o que acompanhamos até agora.

O formato dos episódios é o seguinte, enquanto ocorre alguma ação na ilha, com os personagens tentando se virar contra as adversidades e procurando uma maneira de serem resgatados da ilha, um dos personagens passa a ser um pouco mais central na história naquele momento e passam a ocorrer flashbacks da vida deste personagem antes do acidente e de como ele havia ido parar no avião. Assim a trama nos prende pela vida e segredos de cada um dos personagens e também pela ação que ocorre na ilha. Ação esta, que deve ser ressaltada. Esta ilha que eles estão não é uma ilha qualquer. Cada vez mais a sensação de que existe algo desconhecido por trás dela aumenta. Desde um monstro gigante que arranca árvores do chão, até ursos polares em meio a uma ilha tropical, tudo faz você acreditar que algo não cheira bem ali.

Quem me conhece já deve ter me visto falando de um filme que me marcou muito quando criança chamado "O senhor das Moscas". Esta série, abertamente baseada nele, é um mix de arquivo x, série policial e este livro/filme. Das melhores coisas que tem passado na televisão. Uma daquelas séries que eu gostaria de ter criado. hehehe

A segunda é Arsenal:



Time inglês de grande tradição, virou o meu segundo time do coração e o que mais me dá alegria em assistir. Futebol refinado, com ótimos jogadores, bom passe e, diferente do que se vê por ai, com vontade de fazer gols.

O time mais francês do campeonato inglès, tem entre suas estrelas o segundo melhor jogador do mundo Thierry Henry, que quando resolve jogar para valer, dá show. Além dele tem entre os franceses do time: Viera, capitão do time, e volante com alta capacidade de criaçã, me supreendi com ele; Tem também Robert Pires, Flamini Cygan e Clichy. Mas ainda mais gente fala, ou deveria falar, a lingua francesa no time, como o camaronês Lauren, o zagueiro suiço Senderos e o zagueiro da costa do marfim Toure.
Para completar o time vem uma salada de todos os países, como as duas gerações de Holandeses Bergkamp e van Persie, os espanhois Reyes, Fabregas e o goleiro reserva Almunia, os brasileiros que estiveram muito machucados durante esta rodada do campeonato inglês mas são figuras contantes no meio campo do time e não decepcionam, ao contrario, agradam muito, Edu e Gilberto Silva. Ainda conta com o alemão Lehman no gol, o ótimo zaqueiro Sol Campbell e o melhor lateral do mundo Ashley Cole da inglaterra e o suéco Ljunberg.

Na penúltima partida do campeonato inglês, partida atrasado por culpa da copa da rainha, o Arsenal, com o segundo lugar garantido, enfrentou o Everton, com o quarto lugar garantido, e enfiou um 7 a 0 estrondoso, na frente de sua torcida. Partida destas que vão demorar para ser esquecidas, com gols muito bonitos, principalmente o do Viera, o terceiro.

Como disse PVC, um dos poucos comentáristas que realmente entendem de futebol, "quando esse time do Arsenal resolve jogar futebol, joga muito bonito. Vai jogar bonito assim lá longe".

Ah sim!


Vi também, na estréia, 00:01, como manda o figurino, o Star Wars episódio III. Sem dúvida, o melhor desta nova trilogia, de muito longe. Não posso dizer se é o melhor depois do Império Contra-Ataca, ou se é melhor que ele, ou se é pior que os 3 mais antigos. Vi faz muito pouco tempo, e ainda esta muito marcado na retina.
Mas é bom, e merece ser visto. E muito embora o George Lucas tenha dito que é uma história em seis partes sobre a vida de Anakin Skywalker, eu tenho na minha mente, de maneira muito clara, que é uma história em seis partes sobre o R2D2 e como aquele pequeno dróide salvou o universo.


Ah sim!2
Não foi apenas este blog que reanimei não, o Growing Field of a Non-stop Mind, que nos meus links consta como idéias avulças também está de volta. Por enquanto apenas troquei o template mais feio de todos os tempos daquele blog, mas os posts virão, provavelmente, mais vezes do que para este aqui.
Visitem lá. =)


quarta-feira, maio 11, 2005

Thick as a brick.
Sentindo falta de sentir.

"Untouchable.
You think you're untouchable.
You know, no one is untouchable."



Quando pequeno sentia tudo e exteriorizava tudo. Ficava bravo, todos sabiam que estava bravo. Brigava, gritava, xingava. Fica triste e lá estavam as lágrimas. Infeliz, entediado, alegre, feliz. O que sentia era o quem ele era. Alguns amigos chegavam a parabenizar por este tipo de atitude, autenticidade era o que diziam. Mas para ele isso não era bom, atrapalhava com as amizades, com as inter-relações. Via isto como uma fraqueza, algo a ser superado para viver em sociedade. "Ninguém diz exatamente o que pensa".


"This is not about love'
Cause I am not in love
In fact I can't stop falling out
I miss that stupid ache"



Assim o menino que tudo sentia passou a se esconder dentro de sua mente, de seu corpo e sua pele cresceu dura, muito dura. As emoções ainda afloram mas com uma intensidade tão pequena que são apenas aquarelas do sentimentos verdadeiros. O tempo continua seguindo e apesar do menino não sair do lugar a vida passa por ele. Suas mãos criam calos muito maiores e ásperos do que ele esperavam e as pequenas vozes que inflavam seu peito ou enchiam seus olhos o abandonam, surgindo como marcas do passado ou pequenos sussurros. Havia deixado de sentir e se esforçava para parecer que ainda sentia. Amores vem e vão deixando cicatrizes cada vez menores, cada vez mais superficiais. Sua mãe adoece, e ele vai visitá-la, ficando lá até ela melhorar, mas sem ter muita preocupação. Sua casa é assaltada e no dia seguinte ele dorme tranquilo nela, sem se preocupar. Sem se preocupar. As coisas passam e não significam nada. Já havia perdido tanto para os sentimentos. Já havia perdido tanto para as imposições sociais. Se afastava de tudo.


“There are luxuries we can't afford”



“If you question what I would do
To get over and be with you
Lift you up over everything
To light up my room”


E não é sem supresa que o menino descobre que ainda existem coisas que passam a sua pedregosa e velha pele. Coisas que o ferem, que o machucam e ainda coisas que o alegram e o fazem lembrar o como era bom sentir, o como era bom acreditar. Mas old habbits die hard, as they say, e o menino deixa oportunidades passarem, que não voltam. E aquela pequena fagulha de emoção que o tomava parece se esvair com o sopro que lhe é aplicado. O mundo perde o seu gosto. Cinza como o background.

“It's not who you love, it's how”


Citações do post: Jethro Tull – Thick as a brick * Garbage – Untouchable * Fiona Apple – Not about Love * Barenaked Ladies – Light up my room * Kevin Smith´s Chasing Amy.

sábado, abril 30, 2005

OMG!!!!
voltando ao mundo biba dos blogs.


Não acredito, mas passei as últimas 3 horas do meu dia lendo todos os posts deste blog e de mais alguns outros.
Pude reparar algumas coisas, com o tempo eu fui escrevendo um pouco melhor, ainda bem. E, relendo tudo, também percebi o quanto os meus posts giraram em cima de mesmos assuntos.
Voltei! E agora vou levar a sério. Esse blog já tem seus 3 aninhos e eu encontrei de novo a vontade e, mais, a necessidade de escrever.

Fazia tanto tempo que eu não utilizava o blogger.
Ficou tudo tão high-tech agora.
Você não precisa nem mais saber HTML para postar.

blog reformulado em T-4